![]() |
Imagem: Paulo Giandalia / Estadão |
Joesley diz ao amigo que tinha criado uma estratégia: “Eu já tenho a história pronta. Eu vou começar no dia, de manhã cedo. Eu vou acordar dizendo assim ‘quero me separar’. Nós vamos passar o dia em crise. ‘Quero separar’. ‘Não, eu te amo’. ‘Eu quero separar, eu não te mereço’. Aí vai... ‘Eu não te mereço, eu não sou o homem certo para você’. Aí quando ela jurar que me ama e tal eu vou falar: ‘Então, hoje à noite o Willian Bonner vai dar uma notícia’...”.
Ao dizer que pretendia esperar "o dia" da divulgação da denúncia para começar desde cedo a estratégia para contar os crimes à mulher, Joesley põe por terra a defesa que apresentou à Polícia Federal, que o investiga por ter lucrado com a compra e venda de dólares e ações às vésperas da divulgação. À Polícia Federal, Joesley afirmou que ‘não tinha como saber’ a data da divulgação do acordo de delação premiada que fechou com a Procuradoria-Geral da República: "Eu não tinha como saber a data da divulgação nem a extensão do impacto sobre o preço das ações". Na avaliação dos investigadores, as empresas do grupo lucraram na aquisição de US$ 2,8 bilhões e evitaram prejuízo de quase R$ 140 milhões com o uso de insider information.