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Imagem: Produção Ilustrativa / Folha Política |
A jurista Janaína Paschoal publicou reflexões sobre a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro nomear seu próprio filho, Eduardo Bolsonaro, para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Janaína, que é a parlamentar com mais votos da História do Brasil, lembra que parlamentares eleitos têm responsabilidades com o povo que os elegeu.
Ouça:
Leia o texto de Janaína Paschoal:
Estou aqui pensando. Aliás, venho pensando desde o anúncio. Será certo o Deputado Federal mais votado abandonar o mandato, para ir para os Estados Unidos? Onde Eduardo Bolsonaro é mais útil para a nação? Na Câmara, ajudando a aprovar medidas necessárias, ou no exterior?
Muito se está a falar sobre eventual nepotismo, sobre capacidade, sobre ser necessário (ou não) integrar a carreira diplomática. Mas eu analiso a questão sob outro ângulo. O que pensam os quase dois milhões de eleitores do Deputado?
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Não estou questionando capacidade, nem possibilidade jurídica. Estou questionando se é certo abandonar os eleitores. Ninguém me perguntou, mas eu digo que não.
Eduardo tem muito a fazer na Câmara e na Presidência Estadual do PSL. Sei que o convite é muito tentador. Mas o certo é recusar. Ele assumiu responsabilidades no Brasil. Precisa cumprir. Basta agradecer a deferência e declinar.
Quantos Deputados ele levou com ele? Querendo, ou não, isso traz uma liderança. Ele precisa ficar e exercer esse papel. Esse papel é dele, não tem nada a ver com o pai dele. Abrir mão dessa conquista, para ocupar um cargo conferido pelo pai o apequenará.
Quem fez Eduardo Bolsonaro Deputado Federal foi o povo. Isso precisa ser respeitado. Crescer, muitas vezes, implica dizer não ao pai.
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